segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Abstinência contínua dos circulos perfeitos.

Deixar de pensar, quem sabe conseqüentemente parar de existir. Libertar minha vida interior para excluir a palavra desistir. E assim, para de queixar a falta que fazem minhas notas, desfrutar dos prazeres que tão raramente são oferecidos ao meu corpo, com certo receio de perdê-los suas sintonias são aumentadas, marcando cada vez mais, causando uma alienação fatal.
Um grande e duradouro concerto distribuido pelo meu eu, durante tentativas aliviadoras da dor, que como doença cautelosamente e lentamente passa por cada milímetro, sem piedade não deixando a escapar local algum excluído de seu amor. 

domingo, 17 de outubro de 2010

Melodias Infinitas do prazer

Sons confusos, sem ritmos, confudem minha cabeça.
Já não sei mais o que fazer aqui, para onde olho vejo coisas embaçadas, ou mais de uma coisa?
Com a mão no rosto um sorriso estampado, risadas fluem neste tão belo e não descrito momento, fecho meus olhos e viajo em não identificados barulhos que ocupam minha mente, fazendo de mim dependente. Quando já não percebo, minha cabeça movimenta-se para frente e para trás meu corpo de um lado para outro.
Espere...quero entender o que esta bela voz me diz, não está longe está perto quero toca-la, essa voz que me cega. 
Pois também quero ouvir o toque deste corpo que aproxima-se, aconchegando-me, em teus movimentos desnorteados.  Lentamente,  rapidamente.
Não quero distinguir, nem entender, nem ao menos resolver o problema físico matemático que criei, em meados desta confusão sinto-me bem, dissolvendo a nostalgia das emoções.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As leis do sem alma.

Com a cabeça encostada no travesseiro, observo o movimento dos seres minúsculos do chão do meu quarto. Meu lugar, que há dias não visualizo outro local.
Ritmado com uma música desanimada, descompassada, e desacelerada lentamente meu estomago vai pulsando.  Vazio, cheio, desanimado e sofredor.
Meu corpo dolorido acompanha sua descompaixão. Lutando até, até onde consegue segurar-se, apoiar-se em si, seu tempo está acabando, as chances se vão com um navio de magoas.
A vida... Já sem sentido, lamenta a nostalgia de seus bons tempos.
Molenga, entristecida, largada subitamente estranhamente amada, naquele canto, estirada, despreocupada, o tempo passa e ela nem percebe, afinal o que mais desejaria? As boas línguas dizem para esperar o tempo passar e junto a ele nada mais ficará. 
CALÚNIA.
O coração, ansioso, agitado, quer aliviar-se nas notas, notas que pingam marcando fortemente o ambiente deixando a escapar informações que jamais sair dali poderiam.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Espelho d'água.

Caminhava pela rua insanamente, a procura de saber quem era eu.
O tempo corria, parecia fugir de meus passos leves e despercebidos, a rua umedecida o ajudava deslizando entre as brechas que vazias procuravam algo qualquer para completá-las.
E foi numa dessas corridas incansáveis que avistei abaixo de meus pés uma minúscula poça d’água - pequena o suficiente para meu comprimento -, onde via meu reflexo abalado, gotas confusas e atormentadas movimentando-se sem cautela, caracterizando meu interior que se igualava sem preocupação.
A dor, a solidão e tristeza ali presentes inquietavam-se de felicidade por á tantas décadas terem continuas tarefas, continuas ressacas de irrealidade. Diziam gostar de mim, diziam jogar em meu inchado e molhado rosto que eu estava ali procurando sofrer, diziam que sem elas seria sem carne e osso.
Já estava farta de ouvir apelações tão profundas, continuei caminhando cabisbaixa, mas com passos pesados, ignorando o medo, ignorando a dor, que neste momento gritavam sufocadas clamando por atenção. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

querido diário

E nesta manhã percebi que estava sendo guiada por minhas necessidades, meus olhos haviam se fechado para o mundo, precisavam repousar diante de tamanhos esforços que  na noite passada  fizeram. Bem diria a algumas horas antes do amanhecer, pois dormir tornou-se um desafio.
Estou ansiosa, já não consigo fazer mais nada além de parar e observar.  Minhas lágrimas foram presas dentro do meu estômago, é torturante, essa dor me atormenta tanto. Estou cansada, preciso de um colo, preciso de carinho. Preciso de você.
Minhas palavras tornaram-se  um nada.
De repente, eu não queria mais estar ali eu só queria fugir desse pesadelo, só queria que... Isso fosse um bom sonho. 
Eu confesso-lhe que sinto medo, arde tudo, eu tenho muito medo. Não esconda de mim atos que não farão bem a minha alma, tenha piedade já está tudo machucado ao extremo para piorar.  Eu sei que ainda é cedo para imaginar algo ruim.
Estou abandonando este corpo por um dia, desligar-me-ei.
Por favor, guarde este segredo colado a tuas páginas, não se abra para um qualquer, guarda minha existência. Por favor.