quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conto perdido - parte 4

Tua presença estava marcada com fortes traços.
Em mim, em meus lábios.
Podia eu sentir, teu toque, teu cheiro, ouvir tuas palavras, não imagina-las mais.
Sentir o amor no seu toque em meu tato.
Amaciar teus lábios com os meus, os meus com os teus. E não mais tua falta sentir, pois não havia um centímetro se quer de ti, longe de mim.
Fazia eu questão, de aconchegar meu corpo colado ao teu e quem sabe assim suprir tantas necessidades de tantas vidas passadas e escondidas.
Agora sim eu podia dizer, que és tu minha mulher. E sem dó nem piedade de negar ao mundo.
Agora era só eu e você, e o resto complemento.
Com minha língua sentir o áspero da tua, a maciez da carne... o gosto do salivar, nunca tão desejados antes.
E tudo estava tão bom, que nem eu mesma crendo estou que seja a realidade... Dizer-te irei que valeu a pena.
O sussurar da tua voz em meus ouvidos soa como o adeus da noite que se vai... E bem que nesta noite tive um sonho.
E ao meu despertar, tuas tão delicadas declarações de amor em cima da escrivaninha não ali estavam mais.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Conto perdido - parte 3

''Ver tal beleza, não iguala-se a nenhum outro artificio jamais criado em tal mundo. 
Seja este, seja outro, seja o meu, o quem sabe o dela.
O meu desejo, só aumentava... E definitivamente era algo que me impedia de chegar perto.
Seria ela somente uma platonice? Até onde sei, somente o meu fruto proibido. 
O que me fazia, querer mais perto chegar. 
Já era noite, e o espaço que faltava em minha cama continuava ali, o frio que se arrastava sob as laterais de meu corpo, ali corriam como se não houvessem mais lugares a serem ocupados em todos desse mundo.
Ou seria apenas, meu corpo, clamando pelo teu. Implorando por um toque somente, o mesmo no qual eu imagino que ao concernir, causaria arrepios jamais sentidos. Creio que maiores do que sonho.
Todavia, não imaginas tamanha grandiosidade de tal amor que tanto sopra eu teus ouvidos, menina dos olhos abertos, da mente perdida. Pudera eu realizar, pudera.
Entretanto por ser aquela que ultima morre, acabou me matando.''
Por tantos cantos procurei, em todas falhas de minha casa, e fostes essa a última existência relatada daquele amor.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Conto perdido - parte 2

''Agora sinto que além de tudo, o melhor a se fazer é permanecer com os olhos fechados.
Distantes de quaisquer distrações que me levem a imagina-la longe de mim. Pois bem lhe digo, observe o que os sonhos podem fazer.
Grande ilusão do viver, do amar, do pensar e do ter.
Ainda há aqueles que pensem que sou incapaz de pensar, puro e somente por conta de minha imagem estar sumindo de tais mentes. Pouco me importa, sei que ainda sabes quem sou.
Não quero abri-los, não quero voltar a realidade. Se fosse possível, drogas seriam meu refúgio.
Tudo, menos a realidade.
Quem dera, eu poder dizer-lhe tudo o que quero, não apenas olhar para sua  fisionomia e contempla-la com os Deuses. Sejam eles , meus olhos.
De tudo o meu querer, era tê-la como cheguei perto um dia de ter.
Só lhe digo o quanto me surpreendo ao ver o quanto se impressiona ao ler cada palavra minha escrita. E que meus sussurros cheguem vagarosamente aos teus ouvidos para que entendas com feição o quanto lhe quero.
Por mais que agora eu não consiga toca-la. E não a toquei no dia que pude.
Porem, isso são fatos de épocas tão passadas... Que aqui permaneço com meus olhos cerrados.''