Tudo começou no verão, caloroso e doloroso.
Até então, eu, estava só. Sentia-me só, mesmo com tantas
pessoas ao redor.
Com tantas coisas para me interessar, e eu nem ao menos me
importei com nenhuma delas. Obvio, tive minhas distrações, assim como todo ser
humano há de ter.
Não fui feliz, em momento algum com as mesmas. Parece que
estava anestesiada por um sentimento ilusório que me prendia a tudo que
aparentemente me fazia bem, todavia eu, eu mesma, no fundo... Bem no fundo,
sabia que estava mais podre do que quaisquer maças caídas sobre qualquer
jardim.
Na realidade, era assim, exatamente assim... Para tudo, um
qualquer, qualquer coisa, talvez, tanto faz. E a máscara, que iluminava meu
rosto, tampava minhas angustias e raivas, brilhava com um grande e enorme
sorriso. Cheguei até a escutar ‘’ nossa, você sempre está feliz ‘’.
Pobres indivíduos, mal sabem eles que podem estar na mesmice
cotidiana.
Pobres esses, que nem a propia espécie há de conhecer.
Pobres esses, que nem a propia espécie há de conhecer.
Malditos egoístas, que morram afogados em todo esse
sentimento.
Mas o fato de assim pensar não me trouxe alegria...
Inesperada, porem gostosa. Aquela sensação... E então o
inverno chegou.
Tive longos meses, passaram mais rápido do que um mero
desejo.
O inverno chegou, e em meio a todo vento e frieza interior.
E em uma manhã cinzenta, por dentro era uma manhã de sol. Esse
que reinava os céus, fazia com que ventos fossem brisas frescas. Entendi, que
eram novos sentimentos.
Desconhecidos, e aquecidos. Tão aquecidos como o calor dos
teus braços, gostosos como é, quando degusto teus lábios. Seguros, quando sinto
você.
Minha eterna distração.
A qual, fez da mesmice algo bom de viver. Só por ter você.
Por cheirar você.
E foi assim, que começou meu amor de inverno.