Era só mais uma noite de agonia. E ela não queria mais ver o
próprio rosto...
A agonia de algo que a pertencia e não a habitava causava um
imenso desespero... Lhe fodia a mente e desconsertava o seu ser. E de repente,
ela não sabia mais o que sentir e nem o que pensar, somente sabia o que não
queria saber como sentir.
Tua profundidade a enganava, ora achavas que tudo estava
sob teu controle... Ora nada mais fazia sentido. Tudo sempre incerto e
confuso... Ela não queria mais saber disso. Estava cansada de não saber... Agir
simplesmente não era mais suficiente, nunca fora na realidade, sempre faltou
algo. E de fato, a incansável procura havia chegado ao fim.
Não por sentimento de conquista, e sim por sentimento de fracasso...
Toda dor que lhe tomava conta já não resultavam em aprendizados úteis e sim
almejo por inexistência.
Na manhã
seguinte, a rebordose de frieza lhe definia. Mal sabia ela como havia
conseguido dormir... Certamente nada mais sentia. Foi a única razão que
encontrou para explicar a si tal acontecimento. Em tua mente haviam coisas em
extremo conflito... e esquece-las era mais fácil do que imaginar o porquê das
mesmas, através de fugas, é claro. Um mal de ver as coisas como elas eram, era
a necessidade de fugir de como elas são. Mas isso era algo que ela bem sabia
como fazer, mas não sabia como parar.
A vida era de longe a coisa mais difícil que lhe foi posta
em mãos... mas até onde chegava a necessidade de se livrar da mesma? Nada fazia sentido. Pensava ela... olhava ao
seu redor e só via propostas de ilusões e nada concreto ao qual pudesse agarrar-se
e sentir-se segura. Nem a si.
Sempre disposta a ver as coisas com outros olhos... mas a
desgraça sempre invadia todas as situações...
Naquela noite o vazio se manifestou de tal forma que tuas mãos
difundiam-se em teu cabelo, e o rosto aos prantos gritavam de temor.
As mãos passavam inquietamente pelos lábios secos e
descascados e ela coexistiu com o vazio, sem nem mesmo hesitar em parar de finalmente agir.